segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O Pouco com Deus é Muito

Sentada dentro de seu carro à espera de seu marido que estava para sair do trabalho,Clarice pensava em como pagar as contas no fim do mês, o começo das aulas se aproximavam e já calculava quanto teria de gastar com o material escolar para seus filhos.


O desanimo lhe abateu a face e começou a pensar no quanto sua situação financeira estava difícil, estava quase no final do mês e seus mantimentos estavam acabando,não havia como não se preocupar.
Ainda embriagada em seus sentimentos de angustia e suas preocupações, viu uma mulher passar empurrando um carrinho de bebê com mais duas crianças, acompanhou com o olhar vendo apenas a cena mas o foco estava em sua situação financeira que estava por um fio.
Começou a desfazer seus pensamentos quando viu que aquela mulher voltava em sua direção,preocupou-se ainda mais pois de longe viu que não era nenhuma pessoa conhecida.
A mulher parou diante de Clarice cumprimentou-a , boa tarde disse a mulher.
-Boa tarde respondeu Clarice em tom interrogativo...
-Desculpe incomoda-la mas não faria isso se o assunto não fosse de extrema urgência.
-Clarice preocupou-se ainda mais e foi logo dizendo: Diga por favor!
-Tenho HIV meu marido me abandonou com 3 filhos pequenos,não consigo emprego devido a minha doença e hoje não tenho oque dar de comer aos meus filhos,estou desesperada e saí hoje sem rumo para pedir ajuda,por favor me ajude não sei oque fazer!
-Clarice paralisada sem saber oque fazer ou oque dizer respirou fundo fez uma analise rápida da situação e perguntou.Qual é o seu nome?
-Meu nome é Thereza disse a mulher.


Clarice foi tomada por um turbilhão de sentimentos e pensamentos e não sabia como reagir e se recusava a negar ajuda e ao mesmo tempo pensava... ajudar como? se a sua situação atualmente também não era das melhores.
Mas se comoveu ao ver a garra de uma mãe para alimentar seus filhos,Clarice então respondeu: Agora comigo nada tenho da-me teu endereço verei oque posso fazer, pois viu a verdade nos olhos de Thereza.


Thereza agradeceu lhe passou o endereço de sua casa mas continuou seu caminho com um olhar triste  com a sensação de que seu pedido ainda não fora atendido.


Clarice então começou a povoar seus pensamentos com soluções para resolver os problemas daquela mulher,por alguns instantes esqueceu de seus próprios problemas,mas não sabia como proceder pois não dispunha naquele dia de recursos para fazer este bem.
Quando levantou o olhar viu seu marido chegando tentou mostrar um sorriso como fazia todos os dias porém não foi satisfatório.Rômulo logo viu uma tristeza em seu olhar, cumprimentou-a com um beijo seguido da pergunta; Oque aconteceu?


Clarice respondeu com outra pergunta;Se ajudarmos alguém com mantimentos hoje vamos ficar mais pobres?
Rômulo sorriu em tom de brincadeira e disse: Na atual situação em que estamos certamente que sim, pois sabes que não dispomos de recursos para isso,mas porque perguntas?


Clarice contou-lhe o ocorrido nos detalhes, Rômulo preocupou-se ao ouvir que Thereza tinha 3 filhos pequenos e disse a Clarisse: Espere aqui no carro vou ver oque consigo.


Rômulo saiu em direção ao supermercado que ficava do outro lado de uma pequena praça, 30 minutos se passaram quando Clarice  avistou Rômulo saindo com uma caixa de mantimentos, de longe Clarice sorriu aliviada.
Rômulo colocou a caixa no porta malas do carro e disse:Espere que vou buscar o restante ainda tem mais, falei com o proprietário do supermercado que se  prontificou em doar também uma parte.
Clarice ficou orgulhosa e surpresa com a  atitude do marido,pois não esperava.


Depois de guardar os mantimentos no carro foram para casa, chegando em casa, Clarisse dividiu tudo  oque tinha em sua dispensa em partes iguais, juntou suas economias que também eram poucas e comprou algumas caixas de leite.


Estando tudo pronto Clarice rumou para o endereço que Thereza havia lhe dado.
Chegando la se deparou com uma casa simples e humilde porém com a organização e limpeza Clarice logo viu que Thereza era uma boa mãe.


Thereza ao ver Clarice parecia não acreditar, abriu um sorriso de orelha a orelha e lhe deu um forte abraço.
Clarice abriu o porta malas do carro e disse:Foi oque conseguimos arrumar espero que ajude.
Thereza não conseguiu conter as lagrimas levou as duas mãos a cabeça e agradeceu a Deus por ter ouvido suas preces, abraçou novamente Clarice que tentou segurar as lagrimas porém não se conteve... As crianças... Quando viram os biscoitos se agarraram nos pacotes e saíram correndo para abrir e se deliciarem.Thereza disse:Eles haviam me pedido mas eu tinha dinheiro para comprar.


***
E assim aquela necessidade foi suprida naquele dia, paremos e pensamos por um instante.Diante de suas reclamações,diante de suas preocupações. È por acaso seu problema maior do que o de Thereza?
Clarisse e Rômulo não tinham de onde tirar para ajudar  entretanto foram os únicos que ajudaram e fizeram a diferença na vida desta mulher que naquele  dia não teria oque dar de comer a seus pequeninos.
Inúmeras foram as portas que ao bater a pobre mulher obteve um "não" como resposta,em meio ao preconceito,em meio a soberba as pessoas fecham suas portas não se importando com oque acontece do lado de fora.
Faça um analise de si mesmo e veja como esta tratando as pessoas que batem a sua porta.

Com Base em um fato real,os nomes foram trocados para preservar a privacidade dos mesmo.
(Cléo Merello)





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